domingo, 3 de outubro de 2010

Tiririca é eleito deputado federal

 

1gr4qnkb6q9xrmcy3u9mifumuCom o slogan “Pior que tá não fica”, e sem conseguir discorrer sobre sua plataforma política, Tiririca (PR) foi o candidato a deputado federal mais votado do Brasil nas eleições 2010.

Francisco Everardo Oliveira Silva, nome de batismo do palhaço cearense, de 45 anos, teve mais de um milhão de votos. Em toda a história, o deputado mis votado foi Eneás, do Prona, com 1,5 milhão.

Com a grande quantidade de votos de Tiririca, outros postulantes, com números inexpressivos, serão eleitos puxados pelo humorista por causa do quociente eleitoral - a soma dos votos da legenda e dos candidatos dividida pelas vagas de cada estado.

Este número determina a quantidade de votos que um deputado precisa para se eleger, e o excedente é distribuído entre outros candidatos do partido e chapas coligadas. Tiririca pode garantir cadeira em Brasília ao delegado Protógenes Queiroz (PCdoB), por exemplo.

A propaganda eleitoral de Tiririca chamou atenção. Vestido de palhaço, ele apareceu entoando frases do tipo: "O que é que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto", “vote no abestado” e “estou aqui para pedir seu voto porque eu quero ser deputado federal para ajudar os mais 'necessitado', inclusive a minha família”. O candidato a governador de São Paulo pelo PT, Aloizio Mercadante, não achou graça. Assumiu o desconforto e mandou tirar sua imagem da propaganda do humorista.

Mas nem só de piadas foi feita a campanha. O humorista foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral por falsidade ideológica. No pedido de registro da candidatura, Tiririca declarou não ter bens em seu nome. Porém, em entrevista à revista Veja, disse que o patrimônio havia sido transferido para terceiros por conta de processos trabalhistas, de alimentos e partilhas de bens movidos pela ex-mulher, que tramitam no Ceará.

O MPE também denunciou o candidato por analfabetismo. Mas o juiz eleitoral Aloísio Sérgio Rezende Silveira rejeitou o pedido, argumentando que “a legislação eleitoral, desde a Constituição Federal até os atos infralegais, não exige que os candidatos possuam mediano ou elevado grau de instrução, mas apenas que tenham noções rudimentares da linguagem pátria”. Ainda cabe contestação. Caso seja provado o analfabetismo, o palhaço poderá ter o mandato cassado.

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